quarta-feira, 28 de abril de 2010

Dia marcante

Era dia 27 de abril
O ano 2010
Quando de forma precária para uns
E chique para outros
Adentrei à minha caverna, minha morada

Anos se passaram
Nesse preparo
Quanto se fez
E quanto não se fez
E quanto mais ainda há por fazer

A felicidade é evidente
O medo é vergonhoso
Mas ambos presentes
Nesse ambiente

Quarto no cimento
Telha de barro
Janela fechada
Mesmo assim transparente

O dia 28 chegou
E a vontade de levantar não
Rolar daqui para lá
Em cima da porta que ora virou cama

Dia chuvoso
Assim como a madrugada
Calor quase não existia
Carapanãs sim

Velas acessas no chão
Um incenso no que um dia será um interruptor
Lençois novos
Sonho antigo

Ainda não completo
Mas hoje muito mais perto
Esse sonho é verdadeiro
Mas com certeza não é o primeiro

Aqui ou acolá
O que eu vim buscar
Não depende da morada
Mas sim da minha caminhada


Homini Pax

sábado, 24 de abril de 2010

Aprender a se amar

Com o coração quebrado
E os olhos inchados
Grito silenciosamente
Nessa noite quente

Fino é o fio
Que separa os sentimentos
Dois extremos tão diferentes
Tomam conta da gente

Amor é muito bom
Raiva nem tanto
Mas de um para o outro
É um pulo, um espanto

Não há como entender
O sorriso desaparecer
Por motivo qualquer
Importante não é

Mas importante se tornou
Quando o orgulho falou
E por falta de um simples "desculpe"
O caldo entornou

Agora sozinho
Aprender a se amar
Para segurar
Esse grande pesar

Quantos sonhos
Quantas promessas
Como uma coisa dessa
Apareceu nessa pressa?

Tudo acumulou
Por isso estourou
E forte não há
Que segure o desamor

O silêncio grita
Liberdade não
O que queria mesmo
Era um simples aconchego

O caminho não é fácil
Mas as escolhas se minguaram
Então peço força
Para enfrentar esse aprendizado

Aprender a se amar
Novamente sendo testado
Se o que me importa mesmo
É tão somente o Bem-Amado.


Homini Pax

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A beleza

"Belo é aquilo que lhe atrai", já me ensinara minha saudosa professora de artes do secundário (atualmente 'ensino médio'), com quem aprendi muito, e muita coisa boa! Desde então, carrego esse conceito, e tenho a beleza como estritamente subjetiva, que chega a um consenso apenas por padrões culturais e sociais, bombardeados por meios involuntários de recepção que acabam deixando-nos condicionados a concordar com o sentimento alheio. É como aquela música que você acha a pior de todas, com uma qualidade sonora questionável e uma poesia um tanto duvidosa, digna de censura tempos atrás. Mas quando a mesma não mais chega aos seus dignos e bons ouvidos, seu cérebro começa a cantarolar essa pérola da "música hoje popular brasileira"... Quem nunca se pegou a cantar ou a pensar no ritmo indesejado? Eu mesmo morri de vergonha, quando um dia chegou a sair da minha impura boca as palavras "rebolation"... Como fui me deixar contagiar a tal ponto?? Pois então.. Voltando ao assunto inicial, registro aqui que a combinação de cores do blog ainda está sob construção, aceitando assim toda e qualquer ajuda. O gosto pessoal desse que aqui escreve geralmente não compartilha de sensos padronizados. Preto de fundo para economizar energia dos monitores dos computadores. Todavia, será compensatória essa economia? Com um tanto de superficialidade nesses escritos, peço PAZ!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Inconstâncias e incertezas

Sob novo olhar
Me pego a errar
Impossível doutrinar
Esse jegue teimoso

Nas ruas e nos campos
A luz vai distante
Por onde voltar
A ser um verdadeiro amante?

Amante da vida
E dos ensinamentos
Que meu Mestre me dá
Para o meu entendimento

Ingrato sempre fui
Ou pelo menos devo ter sido
Para ter merecido
Cair nesse turbilhão

Não deixe de aprender
Ele me lembra
Mas inconstante esqueço
E por isso mereço

Mereço as incertezas
Por não saber ouvir
A quem me norteia
Para poder sorrir

Rimas pobres e feias
Não sei mais escrever
Expor ou esconder
Ou simplesmente viver

Ser ou não ser
Escrever ou não
O importante na verdade
É sair desse turbilhão



Homini Pax.