segunda-feira, 23 de maio de 2011

Aparecida


Gata querida
Essa tal de Aparecida


Do leste veio
Para se instalar no meu meio


Chegou do nada
Ao despedir da madrugada


Sem nem comida receber
Fez por assim merecer


Mostrou-se guerreira em vários momentos
Até os seus últimos tormentos

Atacada minha gata amada
Ficou com a pata toda estilhaçada

Ainda assim
Parecia não ser o fim

Sem seu calor
Aguentou horas com dor

Muito sangue ela perdeu
E o que podia fazer eu?

Ao veterinário levei
E a São Francisco rezei

Sete vidas um felino tem
Então por que não viver além?

Ferimento grave do ataque canino
Lá se foram as sete vidas de felino

Aparecida mãe cuidadosa
Com seus conhecidos
Era super bondosa

Apareceu para não me deixar só
Atacada fora com raiva e sem dó

Culpa não tem o cão
Instinto é mais forte que qualquer "não"

Assim se foi Aparecida
Com certeza bem tratada e vivida

........

Que aonde chegou seja bem recebida
A minha amada gata, linda e querida



Que São Francisco nos abençoe!
Amém.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Wesak



Bençãos de Cristo e de Buda

Não é à toa que muitos elogios à Lua foram feitos ontem...

A foto é de um dia antes de ontem, mas ela já estava maravilhosa.
Ontem não tentei tirar fotos, apenas admirei muito em um passeio demorado pela minha maravilhosa vizinhança.
Ontem o luar fazia sombra!

Pesquisem a palavra "Wesak" e vão entender o que eu digo.


Om Tat Sat
Amém.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Hora do descanso



Tuco e Serena
Serena e Tuco

Aparecida ainda está arredia, enciumada com a concorrência.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

domingo, 8 de maio de 2011

Nova companhia em nosso lar


Nunca deixe de aprender

tempo já que aprendi
a indecisão gera a confusão

quando certo, me vejo a refletir
que pena do que houve
do que teria errado ali

na incerteza, me pego perdido
ou, pelo menos, sem saber onde estou
atordoada cabeça de quem tanto errou

chorar não mais é a solução
e mesmo assim, esforço-me a sorrir

não, não é de dor minhas palavras
mas de certo tormento
que gostaria de jogar no vento

mas como a brisa
pega-me desapercebido
com a flecha do cupido

descubro para meu desassossego
que a volta dos que não foram
tampouco quis fazer as malas agora

botado para fora
bate à porta como outrora

suplico a mim mesmo
pois só de determinação depende

chega de saudade
o que quero é felicidade

estou onde deveria estar
já ensinou o Mestre Xavier

pois não estando aqui, muito pensei
sentir-me-ia como um rei

rei do reinado de mim mesmo
sabendo o que penso, o que sinto, o que faço

mas que mérito teria
se não sofresse com alegria?

estou aqui, aqui estou
seguindo assim, assim eu vou

alegria alegria
toda alvorada traz um novo dia

agora é cuidar
para saber que devo amar
e não deixar no chão
a fidelidade ao meu coração

dizem que o começo da história é o casamento
será que só assim terminaria o tormento?



que a Paz de Deus banhe a todos
Homini Pax.

O SENHOR VISHNU





O SENHOR VISHNU

- Por Anthony de Mello -

O senhor Vishnu* estava tão farto das contínuas petições do seu devoto que, um dia, apareceu diante dele e lhe disse: "Decidi conceder-lhe as três coisas que você deseja pedir-me. Depois não voltarei a atendê-lo em mais nada."
Cheio de alegria, o devoto fez o seu primeiro pedido sem pensar duas vezes. Pediu que sua mulher morresse, para que pudesse se casar com uma melhor. Seu pedido foi imediatamente atendido.
Mas, quando seus amigos e parentes se reuniram para o funeral e começaram a recordar-se das boas qualidades da finada esposa, o devoto caiu em si e conclui que havia sido um pouco precipitado. Agora reconhecia que havia sido absolutamente cego às virtudes da mulher. Por acaso, será que era mais fácil encontrar outra mulher tão boa como ela?
De maneira que, pediu ao Senhor que a ressuscitasse. 
Com isso, só lhe restava um pedido a fazer. E estava decidido a não cometer um novo erro, porque, desta vez, não teria possibilidade de remediá-lo.
Pediu, então, conselho aos demais.
Alguns amigos o aconselharam a pedir a imortalidade. Mas, de que serviria a imortalidade - disseram-lhe os outros -, se não tinha saúde? E de que lhe serviria a saúde, se não tivesse dinheiro? E de lhe que serviria o dinheiro, se não tivesse amigos?...
Passaram-se os anos e ele não podia determinar o que deveria pedir: vida, saúde, riquezas, poder, ou amor?...
Por fim, suplicou ao Senhor: "Por favor, aconselha-me. O que devo pedir?"
O senhor riu ao ver os apuros do pobre homem, e lhe disse:
"Pede para que você seja capaz de contentar-se com tudo o que a vida lhe ofereça, seja lá o que for..."

- Nota de Wagner Borges: Anthony de Mello (Bombaim, 4 de Setembro de 1931 - Nova York, 2 de Junho de 1987) foi um padre jesuíta e psicoterapeuta que se tornou conhecido por seus escritos sobre espiritualidade em que mesclava a doutrina judaico-cristã aos conceitos orientais do Budismo e do Hinduísmo. Muitos de seus contos portam aquela atmosfera da sabedoria oriental, em que os ensinamentos de Buda, Krishna, e Lao-Tzé se fundem numa síntese maravilhosa com os ensinamentos de Jesus. E por essa abordagem universalista, muitos de seus escritos inspirados são citados e reproduzidos por diversos autores, seja em livros ou pela Internet. 
Esse texto sobre Vishnu e os pedidos do devoto encerra uma grande lição: o ser humano não sabe o que quer realmente!
Talvez, lendo esse conto inspirado, nós possamos agradecer mais ao Senhor da vida, em lugar de ficar enchendo o seu saco divino com nossos pedidos mesquinhos e nossas ilusões sensoriais.

- Nota do texto:
* Vishnu - do sânscrito - literalmente, é o "Todo-Interpenetrante". Na trimurti hinduísta, Vishnu é um dos aspectos do Divino (Brahma, Vishnu e Shiva). É o Senhor do Amor que viaja no coração espiritual de todos os seres. Ele também é conhecido como Narayana, o protetor divino, e o seu mantra mais conhecido é Om Namo Naraya Naya. O seu bija-mantra (mantra semente) é "Hari Om".

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ajuda de Sophia




existia na floresta uma senhora muito idosa e cheia de sabedoria.
ela vivia sozinha, no meio da mata, onde não mora e não passa ninguém.
mas sua sabedoria e conhecimento dos mistérios da mata eram conhecidos por toda região e até além.
ela sabia localizar, identificar, preparar e usar inúmeras plantas e outros recursos do reino da floresta.

certo dia, uma jovem senhora casada há poucos anos buscou seus conhecimentos e serviços.
ao chegar, foi logo desabafando:

- Senhora Sophia, Senhora Sophia, a senhora tem que me ajudar!! Já não aguento mais!! A minha sogra veio morar com a gente há 6 meses e nunca mais minha vida teve paz, nunca mais tive um dia sem aborrecimento! Ela inferniza a minha vida e não me deixa em paz! Quer dizer como eu tenho que ser, o que eu devo fazer e não para de me pedir que faça as coisas para ela e do jeito dela! Eu e meu marido não conseguimos mais um momento a sós! Não aguento! Por favor, eu preciso de um veneno que acabe com isso! Mas ninguém pode saber que fui eu.

- Maya, minha filha querida, tenha paciência. Vou preparar o que me pede.

[assim, madame Sophia entrou em seu quarto especial de alquimia e voltou trazendo um frasco]

- Aqui está minha filha, leve esse vidro todo. Coloque uma colher desse pó misturado a comida de sua sogra todos os dias. Vai agir lentamente, não vai ter como perceber. Assim que o vidro estiver acabando, venha aqui que eu te dou outro se necessário.

- Muito obrigado senhora Sophia! Muito obrigado! Só assim vou ter paz novamente!

- Mas muito cuidado Maya! Para ninguém mesmo desconfiar de você, trate sua sogra com muito carinho e atenção. Não responda, tampouco argumente qualquer coisa que ela dizer. Obedeça tudo, sem reclamar, mesmo que não ache certo. Assim, ninguém suspeitará de você.

[Maya partiu e colocou em funcionamento o planto traçado. Passaram meses, pouco mais de seis, quando Maya precisou voltar à casa da Senhora Sophia]

- Senhora Sophia, Senhora Sophia, por favor, a senhora tem que me ajudar!!! 

- O que foi Maya? Acabou o pó que te dei?

- Sim senhora Sophia, acabou.

- Tudo bem. Eu vou preparar outro.

- Não senhora Sophia! Não, por favor!!! Eu vim porque quero um antídoto para esse veneno indigno que fiz uso! 

- Mas o que aconteceu?

- Assim que coloquei o plano em ação, tratei minha sogra como a senhora mandou. No começo foi muito difícil! Muito difícil mesmo! Mas como estava determinada no plano, aguentei tudo! Por semanas, fui humilhada, explorada e desvalorizada sem reclamar de nada. Depois de algumas semanas, minha sogra começou a mudar comigo. Já não era a mesma. Começou a me tratar com carinho, a gostar da minha companhia, a fazer questão de me agradar com tudo o que pudesse. Hoje eu descobri que a amo como parte de mim! Não quero mais que ela morra, e, se isso acontecer, nunca vou me perdoar!

- Minha filha querida, não se preocupe. O pó que te dei, não era veneno era casca de ovo de coruja. Só fez bem para a saúde da sua sogra. O remédio mesmo foi a forma como você tratava ela. Assim que parou de alimentar o que achava ruim nela, aquilo foi perdendo força, perdendo força, até não conseguir mais dominar as atitudes da mãe de seu marido. Hoje ela responde ao que recebe, e, recebendo amor, devolve amor também.